Nunca se sabe o que a madrugada guarda, principalmente quando se está nas estradas escuras e silenciosas do interior. Naquele instante em que a noite se estendia como um manto sombrio sobre a BR-116, próximo ao entroncamento de Lamarão, no município de Serrinha, minha equipe da Companhia de Emprego Tático Operacional (CETO) e eu nos deparamos com um acontecimento que mudaria o curso da nossa operação.
Era por volta das 3h quando avistamos um Chevrolet Montana, com a placa ITA-0XX3, licenciada em Santaluz (BA), avançando pela rodovia, carregando consigo um segredo que logo viria à tona. Um veículo comum em uma hora incomum, despertando nossa atenção e fazendo o radar da suspeição soar em nossas mentes vigilantes.
Ao ordenar a parada, o motorista, ciente da carga que transportava, optou pelo caminho da fuga. Uma escolha arriscada, mas não incomum para aqueles que tentam escapar do alcance da justiça. O jogo da perseguição começou, as luzes intermitentes dançando na escuridão enquanto o asfalto se transformava em nosso palco de ação.
No entanto, não importa o quão rápido o fugitivo corra, a verdade sempre alcança aqueles que tentam escondê-la. Como um gato perseguindo sua presa, seguimos o rastro do Chevrolet Montana até que, inevitavelmente, ele se viu forçado a desistir da corrida. No meio do nada, com a vegetação cerrada como única testemunha, o veículo foi abandonado, enquanto seu condutor mergulhava na escuridão da noite.
E ali, no silêncio que se seguiu à agitação da perseguição, encontramos o tesouro que ele tentara tão desesperadamente proteger: 90 kg de cromo, um metal precioso, mas também um indício vital em um quebra-cabeça muito maior. No breu da madrugada, a luz da verdade rasgou as trevas, revelando segredos que jamais deveriam ser conhecidos por mim.